sábado, 24 de julho de 2021


 

Nós somos o que sentimos?

Depois de falarmos sobre marketing digital e tantos fatores importantes que estão mudando a maneira de nos comunicarmos, gostaria de me referir nesse momento ao velho e bom marketing, aquele que sentimos com nossa visão, audição, olfato, tato e paladar. Sim, nossos cinco sentidos! Lembrando aqui, que no ambiente digital alguns deles não são usados ou são explorados de maneiras diferentes.

Posso até fazer um comparativo, entre ambiente físico e virtual de como os nossos sentidos são estimulados de maneiras diversas através dessas duas diferentes realidades.

Iniciamos pelo sentido da visão.

- Ambiente físico: nossos olhos percorrem luzes, esquadrinham ambientes e pessoas, observam diferentes texturas e cores, imóveis ou em movimento. Esse é o nosso primeiro sentido a ser acessado pelo cérebro. O que vemos define, quase em todas as oportunidades, o que sentimos ou como julgamos lugares e pessoas.

Exemplo: fui ao shopping passear e escolher uma calça jeans nova, levei a minha melhor amiga de acompanhante. Os meus olhos captam todos os detalhes das cenas que são observadas. Analiso como as pessoas ao redor estão vestidas, como elas se comunicam, como os produtos estão dispostos nas vitrines, como as fachadas das lojas apresentam suas cores e formas. Tudo isso enquanto converso com a minha acompanhante. Escolho uma loja, analiso o aspecto da pessoa que vem me atender, ela sorri? O sorriso é simpático e gentil? Ela olha nos meus olhos enquanto fala? Ela presta atenção no que estou dizendo? Ela mostra compreender o que estou procurando? Todas essas perguntas são respondidas pelo meu cérebro instantaneamente, enquanto meus olhos continuam me trazendo novas observações.

- Ambiente virtual: nossa visão percorre de maneira minuciosa, talvez menos atenciosa, mais ágil e superficial a tela do celular, tablet ou notebook. Escaneamos todas as informações, fotos, luzes, cores, tamanhos de letras e linguagem. Julgamos os anúncios, as fotos e os vídeos que percorremos com olhos atentos, mas na maioria das vezes superficiais.

Exemplo: resolvi não sair de casa e comprar uma calça jeans no ambiente virtual de e-commerce. Digito o que desejo encontrar em um buscador, pelas palavras-chave aparecem instantaneamente na minha tela inúmeras opções de loja. Então começo a navegar entre tantas lojas, anúncios, banners, hiperlinks, sites, plataformas e sigo a minha pesquisa pelo melhor preço, melhor avaliação dos comentários, melhor posicionamento da marca, enfim entre qualquer desses filtros consigo atingir exatamente a minha orientação de compra.

                Sigo falando da audição.

Ambiente físico: nossos ouvidos atentos estão presentes em TODO o processo, desde o momento que eu saio de casa até o meu retorno ao lar.

Exemplo: vou ficar ligada na conversa com a minha amiga, no barulho do motor do meio de transporte que estou conduzindo ou como passageira. Quando entrar no shopping vou ouvir a música ambiental e decidir se ela é adequada ou não, vou perceber em qual tom as pessoas a minha volta estão se comunicando. Escolho a primeira loja, reflito rapidamente sobre a tonalidade da voz da atendente e dos frequentadores do estabelecimento e já faço aquele bom e velho julgamento instantâneo.

Ambiente virtual: meu buscador trará todas as opções disponíveis pesquisada por mim.

Exemplo: desde o momento que acesso a loja recomendada pelo buscador vou analisar a apresentação da plataforma. Vídeo breve institucional? Atendente virtual com inteligência artificial? Anúncios pagos feitos por personalidades públicas? Toda e qualquer abordagem auditiva será julgada e terá uma reação esperada. Basta saber se essa reação será positiva, da minha parte, se não bora para a próxima pesquisa em um clique.

Continuamos falando do olfato, tato e paladar.

Agora que pega! Como vamos comparar ambientes físicos aos virtuais? Impossível. Simplesmente porque não sentimos cheiro, não tocamos e não degustamos nada no ambiente virtual. Pelo menos até agora não inventaram nada que atenda esses três sentidos virtualmente.

Louco pensar nisso! Acredito que encontramos a explicação que todos os profissionais envolvidos na área de marketing, tendo que adaptar o ambiente de compra físico ao virtual quebram a cabeça todos os dias para fazer essa conta fechar.

É exatamente por isso que as nossas escolhas na Rede são tão rápidas e os anunciantes se quebram para chamar a atenção e manter aquele visitante interessado.

Sem o contato humano, que é o que nos enriquece a cada dia e nos faz crescer, as relações são voláteis e instantâneas. Sem aquele olho no olho, aquele aperto de mão (banido na pandemia), aquela troca de energia cativante do dono da empresa ou atendente, nos resta olhar fotos, ouvir jingles, observar rapidez de acesso, simplesmente porque é chato conversar com o computador!

Talvez essa nova geração que está sendo educada e vivencia essa nova realidade não se dá conta da importância do contato humano, e não entende de onde sente aquele vazio que só consegue ser preenchido em um toque físico.

Seja que ambiente é preferido por ti, escolha o que mais atende a tua realidade e tempo disponíveis para compra. Mas vou contar um segredo... Sigo aqui torcendo para que as lojas, as relações e as trocas não percam nunca a sua parcela física, e que AQUELE vazio seja preenchido sempre.

Gostou?

Qual ambiente te agrada mais? Virtual ou físico?


Nenhum comentário:

Postar um comentário

 Material da palestra "O corpo fala! E muito!"