Nós somos o que sentimos?
Depois de falarmos sobre marketing digital e tantos
fatores importantes que estão mudando a maneira de nos comunicarmos, gostaria
de me referir nesse momento ao velho e bom marketing, aquele que sentimos com
nossa visão, audição, olfato, tato e paladar. Sim, nossos cinco sentidos!
Lembrando aqui, que no ambiente digital alguns deles não são usados ou são
explorados de maneiras diferentes.
Posso até fazer um comparativo, entre ambiente físico e
virtual de como os nossos sentidos são estimulados de maneiras diversas através
dessas duas diferentes realidades.
Iniciamos pelo sentido da visão.
- Ambiente
físico: nossos olhos percorrem luzes, esquadrinham ambientes e pessoas,
observam diferentes texturas e cores, imóveis ou em movimento. Esse é o nosso
primeiro sentido a ser acessado pelo cérebro. O que vemos define, quase em
todas as oportunidades, o que sentimos ou como julgamos lugares e pessoas.
Exemplo: fui
ao shopping passear e escolher uma calça jeans nova, levei a minha melhor amiga
de acompanhante. Os meus olhos captam todos os detalhes das cenas que são
observadas. Analiso como as pessoas ao redor estão vestidas, como elas se
comunicam, como os produtos estão dispostos nas vitrines, como as fachadas das
lojas apresentam suas cores e formas. Tudo isso enquanto converso com a minha
acompanhante. Escolho uma loja, analiso o aspecto da pessoa que vem me atender,
ela sorri? O sorriso é simpático e gentil? Ela olha nos meus olhos enquanto
fala? Ela presta atenção no que estou dizendo? Ela mostra compreender o que
estou procurando? Todas essas perguntas são respondidas pelo meu cérebro
instantaneamente, enquanto meus olhos continuam me trazendo novas observações.
- Ambiente
virtual: nossa visão percorre de maneira minuciosa, talvez menos atenciosa,
mais ágil e superficial a tela do celular, tablet ou notebook. Escaneamos todas
as informações, fotos, luzes, cores, tamanhos de letras e linguagem. Julgamos
os anúncios, as fotos e os vídeos que percorremos com olhos atentos, mas na
maioria das vezes superficiais.
Exemplo:
resolvi não sair de casa e comprar uma calça jeans no ambiente virtual de
e-commerce. Digito o que desejo encontrar em um buscador, pelas palavras-chave
aparecem instantaneamente na minha tela inúmeras opções de loja. Então começo a
navegar entre tantas lojas, anúncios, banners, hiperlinks, sites, plataformas e
sigo a minha pesquisa pelo melhor preço, melhor avaliação dos comentários,
melhor posicionamento da marca, enfim entre qualquer desses filtros consigo
atingir exatamente a minha orientação de compra.
Sigo falando da audição.
Ambiente
físico: nossos ouvidos atentos estão presentes em TODO o processo, desde o
momento que eu saio de casa até o meu retorno ao lar.
Exemplo: vou
ficar ligada na conversa com a minha amiga, no barulho do motor do meio de
transporte que estou conduzindo ou como passageira. Quando entrar no shopping
vou ouvir a música ambiental e decidir se ela é adequada ou não, vou perceber
em qual tom as pessoas a minha volta estão se comunicando. Escolho a primeira
loja, reflito rapidamente sobre a tonalidade da voz da atendente e dos frequentadores
do estabelecimento e já faço aquele bom e velho julgamento instantâneo.
Ambiente
virtual: meu buscador trará todas as opções disponíveis pesquisada por mim.
Exemplo: desde
o momento que acesso a loja recomendada pelo buscador vou analisar a apresentação
da plataforma. Vídeo breve institucional? Atendente virtual com inteligência
artificial? Anúncios pagos feitos por personalidades públicas? Toda e qualquer
abordagem auditiva será julgada e terá uma reação esperada. Basta saber se essa
reação será positiva, da minha parte, se não bora para a próxima pesquisa em um
clique.
Continuamos falando do olfato, tato e paladar.
Agora que pega! Como vamos comparar ambientes físicos aos
virtuais? Impossível. Simplesmente porque não sentimos cheiro, não tocamos e
não degustamos nada no ambiente virtual. Pelo menos até agora não inventaram
nada que atenda esses três sentidos virtualmente.
Louco pensar nisso! Acredito que encontramos a explicação
que todos os profissionais envolvidos na área de marketing, tendo que adaptar o
ambiente de compra físico ao virtual quebram a cabeça todos os dias para fazer
essa conta fechar.
É exatamente por isso que as nossas escolhas na Rede são
tão rápidas e os anunciantes se quebram para chamar a atenção e manter aquele
visitante interessado.
Sem o contato humano, que é o que nos enriquece a cada dia
e nos faz crescer, as relações são voláteis e instantâneas. Sem aquele olho no
olho, aquele aperto de mão (banido na pandemia), aquela troca de energia
cativante do dono da empresa ou atendente, nos resta olhar fotos, ouvir
jingles, observar rapidez de acesso, simplesmente porque é chato conversar com
o computador!
Talvez essa nova geração que está sendo educada e vivencia
essa nova realidade não se dá conta da importância do contato humano, e não
entende de onde sente aquele vazio que só consegue ser preenchido em um toque
físico.
Seja que ambiente é preferido por ti, escolha o que mais
atende a tua realidade e tempo disponíveis para compra. Mas vou contar um
segredo... Sigo aqui torcendo para que as lojas, as relações e as trocas não
percam nunca a sua parcela física, e que AQUELE vazio seja preenchido sempre.
Gostou?
Qual ambiente te agrada mais? Virtual ou físico?
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